PROVÉRBIOS DO TEMPO E AGRICULTURA.

 
 
 
 

A água de nevão dá pão; a de trovão, em parte dá, em parte não.

A desgraça de Portugal, dá-lhe três cheias antes de Natal.

A Inverno chuvoso, Verão abundoso.

A chover e a fazer sol estão as bruxas no farol.  

A ti, chova todo o ano e a mim, chova Abril e Maio.

Água de trovão, em partes dá, em partes não.

Água de suão é a que farta o chão.

Água e lenha, cada dia venha.

Água e pão, de corrida vão.

Água não quebra osso.

Ano de água, ano de mágoa.

Ano de cheia, arca cheia.

Ano de geão, ano de pão.

Ano de muita chuva, ano de pouca uva.

Ano de muita chuva, muita parra, pouca uva.

Ano de muita chuva, muita casca, pouco grão.

Ano de muita chuva, muita casca, pouco pão.

Ano de nevão é ano de pão.  

Ano de neve, ano de pão.

Ano de neve, paga o que deve.

Ano de neves, ano de bens.

Ano de neves, ano de Deus.

Ano de neves, muito pão e muitas crescentes.

Ano de neves, paga o que deves.

Ano de pingueiro enche o celeiro.

Ano de seca, ano de fome.

Ano de seca e um ano de pão.

Ano nevoso, ano abundoso.

Ano nevoso, ano formoso.

Ano que entra ao Domingo, sequeiro pelo caminho.

Ano seco, ano bom.

Ano sequeirão é ano de pão.

Ano suão, ano de pão.

Ano ventoso, ano formoso.

Após a tempestade vem a bonança.

As águas da Ascensão, das palhinhas fazem grão.

Atrás da tempestade vem a bonança.

Atrás do tempo tempo vem.

 

Boa é a neve que em seu tempo vem.

Bom tempo no Inverno e mau no Estio, mau ano de fome, bom ano de frio.

Braga é o penico do céu.

 

Calma, Sol e vento, a segada vem com o tempo.

Calor de Outono mata gente.  

Canas espigadas, férias acabadas.Chova água, cresça o dia.

Chova água, cresça o dia.

Chuva geadeira queima a flor da amendoeira.

Chuva miúda e névoa aturada, são pingue alimento da terra lavrada.

Com mau tempo não te mates, com bom tempo não te poupes.

Com o tempo maduram as uvas.

Como vires a Primavera, assim pelo al espera.

 

De Inverno no fogo, de Verão no jogo.

De Inverno ou de Verão, não deixes o teu gabão.

Deixa chover, a água é o sangue da terra.

Dizem os antigos, gente rude e sincera: nunca passou por mau tempo a chuva da Primavera.

 

Em ano bom, o feno é grão e, no mau, a palha é grão.

Em ano bom, o grão é feno e no mau, a palha é grão.

Em ano bom, o grão é palha; mas no mau, a palha é grão.

Em ano bom ou mau ano, aveza bem o teu papo.

Em ano de fome não há ruim pão.

Em ano de nevão, ano de pão.

Em ano geado há pão dobrado.

Em maré de Lua cheia não cortes pau nem aveia.

Em mau ano e em bom ano, aveza o teu papo.

Em o Verão, por calma e o Inverno por frio, não lhe falta achaque de vinho.

Em um tempo servindo, até as pedras dão trigo.

Enquanto há venta é que se limpa.

 

Como vires a Primavera, assim pelo al espera.

 

De Inverno no fogo, de Verão no jogo.

De Inverno ou de Verão, não deixes o teu gabão.

Depois da tempestade vem a bonança.

 

Fazer tempestade num copo de água.

Forte trovão, um mês de grão.

 

Há chuva que rega e sol que seca.

Há chuva que seca e sol que refresca.

Há chuva que seca e sol que rega.

Há que dar tempo ao tempo.

Há sol que rega e água que seca.

Há sol que rega e chuva que seca.

 

Inverno com nevão, ano de pão.

 

Janeiro geadeiro, Fevereiro aguadeiro, Março chover cada dia seu pedaço, Abril águas mil coadas por um funil, Maio pardo, celeiro grado. Junho foice em punho.

Janeiro gear, Fevereiro chover. Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer, Junho ceifar, Julho debulhar, Agosto engavelar, Setembro vindimar, Outubro revolver, Novembro semear, Dezembro nascer.

Janeiro gear, Fevereiro chover, Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer, Junho ceifar, Julho debulhar, Agosto engavelar, Setembro vindimar, Outubro revolver, Novembro semear, Dezembro nasceu Deus para nos salvar.

Janeiro geoso, Fevereiro chover, Março frio e ventoso, Abril chuvoso e Maio pardo, fazem um ano abundoso.

 

 

Mais faz o ano que o campo bem lavrado.

Mais vale a água do céu que todo o regado.

Mais vale a Beira se antes dos Santos não mói a ribeira.

 

Não choveu até ao S. José, ano de seca é.

No tempo das perdizes, tanto mentes como dizes.

Nunca a chuva de Abril é mau tempo.

 

O que Janeiro deixa nado, Maio deixa espigado.

O tempo de pião é tempo de pão.

O Verão colhe e o Inverno come.

Onde sobeja a água falta saúde.

Outubro revolver; Novembro semear; Dezembro, nasceu Deus para nos salvar; Janeiro gear; Fevereiro, chover; Março, encanar; Abril, espigar; Maio, engrandecer; Junho, ceifar; Julho, debulhar; Agosto, engravelar; Setembro, vindimar.

 

Para haver um bom ano de pão, hão-de vir sete nevadas e um nevão.

Para o ano ser bom, passar o Natal na rua e a Páscoa em casa.

Para o ano ser de pão, sete neves e um nevão.

Pelo Estio faz-se o tosquio.

Poucos fuzis, trovões em barda, rumo em que o vento se alaparda.

 

Quando a cana abaixa, o dono se levanta.

Quando a cana assobia, tudo se arrepia.

Quando as nuvens correm para o mar, pega nos bois e põe-te a lavrar.

Quando as ruivas correm para o mar, pega nos bois e põe-te a lavrar.

Quando chove e faz sol, alegra-se o gado e o pastor.

Quando chove e faz sol, alegre está o pastor.

Quando estão ruivas no mar, pega nos bois e põe-te a lavrar.

Quando quiseres mentir, fala no tempo que há-de vir.

Quando vires névoa no alto dos Elhos, solta os animais e os aparelhos  

 

 

Se a trovoada vem do lado do mar, põe o gado a lavrar. Se vem do lado da terra, põe tudo em terra.

Se houver escuro, semeia outeiros e tudo.

Se houver nozes, guarda lenha para o Inverno.

Se um dia Deus quiser, até com norte pode chover.

Se vires trovoadas em Sortelha, arrecada os bois e chinca a relha.

Sopra do cantaril, solta os bois e deita-te a fugir.

 

Tempo frio e nevoado, aduba alqueive e farta gado.

Tempo frio e nevoado, aduba alqueive e prado.

Trovão de Larouco, tudo é pouco.

Trovoada da terra para o mar, toma os bois e vai lavrar.

Trovoada da terra para o mar, toma os bois e vai lavrar; do mar para terra, ceva-os bem e vai para a taberna.

Trovoada do lado da serra, bota os bois no curral e vai para a taberna; do lado do mar, bota os bois no arado e vai lavrar; do lado de Leiria, mete os bois à romaria.

Trovoada do mar para a terra ceva-os bem e vai para a taberna.

 

Um dia de Outono vale por dois de Primavera.

Uma boa ribeirinha está no cabo duma trovoada. 

Uma milharada está na barriga de uma trovoada.

Uma milharada está no cu de uma trovoada.

 

Vale mais uma Lua velha que duas novas.

Vento de poente, solta os bois e vem-te.

Vento de Suão, cria palha e grão.

Vento de Suão, nem bom ano nem bom cão.

Vento de Suão, seca a terra e não dá pão.

Vermelho ao nascente, carrega o burro e anda sempre.

Vermelho no mar, põe os bois a lavrar.

 

     AHMARQUES